domingo, 20 de novembro de 2011

03. Requisitos do ensino.


Não há a menor sombra de dúvida que os modelos de transmissão de ensinamento variaram muito em poucos anos. Conceitos que até então eram "leis fundamentais inquestionáveis", como a terra ser o centro do Universo, foram superados por outros conceitos mais evoluidos. Acredite ou não, antigamente matava-se quem ía contra o que estava estabelecido. Podemos dizer que evoluimos... Ou não?

No mundo das artes marciais, em particular no Karate-Dō [空手道], parece que esta evolução ainda não se fez sentir em todas as escolas ou mestres mais antigos e o modelo de "avanço didático" ainda está a ser combatido por aqueles que se recusam a ver o óbvio na frente dos seus olhos. Por exemplo, ainda há instrutores que escrevem "Oss", "Ôs" quando já é fato comprovado que a transcrição fonética desta expressão corretamente a partir dos ideogramas 押忍 ou silabários おす japoneses é OSU.


... Além disso, formas incorretas de transmissão mascaradas sob falsas filosofias orientais não contribuem em absolutamente NADA para a evolução no sentido correto do ensino do Karate-Dō [空手道] ensinado nos dias de hoje. Por exemplo, ainda existem instrutores que, na hora do Mokusō [黙想], sentam-se de olhos fechados diante de uma turma de alunos sem NUNCA verificar se os alunos estão ou não a fazer o Mokusō [黙想] corretamente. Apresentam-se como "conhecedores do Zen", dotados de uma "perfeita atitude marcial". Sentam-se em Seiza [正座] sem ver a turma diante do próprio nariz! Naquele momento não estão a ensinar nada, não estão a ser instrutores... A conhecida expressão "Fechar os olhos e não pensar em nada" talvez tenha a sua razão de existir como escudo contra a necessidade de "estudar" o Karate-Dō [空手道] e serem revistos muitos conceitos fundamentais. Algo como "fecho os meus olhos para o fato de que ainda tenho muito o que aprender e não quero nem pensar em sair do meu comodismo medíocre".

A questão que se coloca neste preciso momento é:: por quanto tempo a terra ainda vai ser o centro do Universo para um seguimento considerável de instrutores?

Torna-se bastante claro que só podemos evoluir a partir do momento que temos a consciência de que podemos questionar, perguntar, procurar respostas, afastando-nos do comodismo e de desculpas patéticas como "Meu mestre disse que era assim...". O questionamento traz o estudo e a pesquisa. O estudo e a pesquisa trazem o conhecimento. 


Ser "macaquinhos de imitação" não é o que se espera de um instrutor (seja o DAN [段] que este possa ter), pois o instrutor é elemento que deve "instruir" outros seres humanos - com a responsabilidade que o cargo acarreta.

Caros amigos... A terra já não é o centro do Universo! 


O estudo do Karate-Dō [空手道] (ou das vias marciais num sentido geral) não é um privilégio, mas uma opção.

OSU [押忍]!

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